segunda-feira, 11 de abril de 2011

despedida simbólica

Quando eu era mais nova, minha mãe sempre dizia que "Filha, você ainda vai entrar na faculdade, vai conhecer tantas pessoas interessantes..."

E sempre que eu conheço pessoas notáveis, lembro-me dessa frase. Quando conheci você foi um desses momentos.

Claro que depois de nos identificarmos mutuamente, ficarmos queridos um do outro, você utilizou um artifício muito usado pelos homens: o de jogar a fumaça ninja e sumir do mapa.

Depois disso, quando eventualmente nos encontrávamos, você insistia em comentar sobre como eu estava sumida, o que nós dois sabíamos que não era verdade. A verdade era você insultando minha inteligência, mesmo.


Lembro bem o momento do sumiço - até imagino qual tenha sido o motivo (idiota, diga-se de passagem) para tal - e afirmo que, na verdade, nem me importo com isso.

Inclusive este bilhete não é uma tentativa de retomar contato com você. Essa sou eu saindo de cena de forma estranha e constrangedora, mesmo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

terapia

May I?

- Como estamos essa semana?
- Ah... estou melhor, sim.
- Melhor quanto?
- Ah, não sei dizer... só sei dizer que estou melhor.
- Hm. E o que você quer tratar essa semana?
- Ah, não sei.
- Quem sabe?
- Não sei...
- Quem é a dona da sua vida?
- Eu.
- Então se você não sabe o que você quer, quem sabe?
- Ninguém, eu acho.
- Acha ou sabe?
- Sei.
- Se você não sabe, qualquer coisa...
- Qualquer coisa...?
- Serve.
- Hm, entendi...
- Quando eu te pergunto isso, sobre o que você quer tratar, o que vem à mente?
- Então, eu estava pensando sobre...
- Estava ou está?
- Estava, mesmo...
- Hm, prossiga...
- Então, pensava sobre as pessoas que...
- As pessoas ou eu?
- As pessoas, mesmo.
- Continue...
- Então, sobre as pessoas que repetem o comportamento dos outros só...
- E existe um problema nisso?
- Não sei, eu estava dizendo que...
- Se você não sabe...
- Sim, eu sei, se eu não sei, ninguém sabe, mas não é isso, Doutor, eu queria falar outra coisa.
- Queria ou quero?
- QUERO! SE O SENHOR DEIXAR EU TERMINAR PELO MENOS UMA MALDITA FRASE!